quarta-feira, 27 de julho de 2011

SE ESCOLA FOSSE ESTÁDIO E EDUCAÇÃO FOSSE COPA…

Passeio, nesses últimos dias, meu olhar pelo noticiário nacional e não dá outra: copa do mundo, construção de estádios, ampliação  de aeroportos, modernização dos meios de transportes, um frenesi  em torno do tema que domina mentes e corações de dez entre dez brasileiros.
Há semanas, o todo-poderoso do futebol mundial ousou desconfiar de nossa capacidade de entregar o “circo da copa” em tempo hábil para a realização do evento, e deve ter recebido pancada de todos os lados pois, imediatamente, retratou-se e até elogiou publicamente o ritmo das obras.
Fiquei pensando: já imaginaram se um terço desse vigor cívico-esportivo fosse canalizado para melhorar nosso ensino público? É… pois se todo mundo acha que reside aí nossa falha fundamental, nosso pecado social de fundo, que compromete todo o futuro e a própria sustentabilidade de nossa condição de BRIC, por que não um esforço nacional pela educação pública de qualidade igual ao que despendemos para preparar a Copa do Mundo?
E olhe que nem precisaria ser tanto! Lembrei-me, incontinenti, que o educador Cristóvam Buarque, ex-ministro da Educação e hoje senador da República, encaminhou ao senado dois projetos com o condão de fazer as coisas nessa área ganharem velocidade de lebre: um deles prevê simplesmente a federalização do ensino público, ou seja, nosso ensino básico passaria a ser responsabilidade da União, com professores, coordenadores e corpo administrativo tendo seus planos de carreira e recebendo salários compatíveis com os de funcionários do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal.Que tal? Não é valorizar essa classe estratégica ao nosso crescimento o desejo de todos que amamos o Brasil? O projeto está lá… parado, quieto, na gaveta de algum relator.
O outro projeto, do mesmo Cristóvam, é uma verdadeira “bomba do bem”.Leiam com atenção: ele, o projeto, prevê que “ daqui a sete anos, todos os detentores de cargo público, do vereador ao presidente da república serão obrigados a matricular seus filhos na rede pública de ensino”. E então? Já imaginaram o esforço que deputados(estaduais e federais) , senadores e governadores não fariam para melhorar nossas escolas sabendo que seus filhos, netos, iriam estudar nelas daqui a sete anos? Pois bem, esse projeto está adormecido na gaveta do senador Antônio Carlos Valladares, de Sergipe, seu relator.E não anda.E ninguém sabe dele.
Desafio ao leitor: você é capaz de, daí do seu conforto, concordando com os projetos, pegar o seu computador e passar um e-mail para o senadorValadares(antoniocarlosvaladares@senador.gov.br)pedindo que ele desengavete essa “bomba do bem”?É um ato cívico simples.Pela educação.Porque pela Copa já estamos fazendo muito mais.
                            JORGE PORTUGAL

Um comentário:

  1. Resumindo: Aos políticos, não interessa dar educação ao povo, pq educação esclarece, e povo esclarecido, é povo que cobra...

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