segunda-feira, 13 de junho de 2011

Educação: Comparativos

De Videira vem esta mensagem assinada pelo professor aposentado Aloisio Antoni:

“Caro Jornalista – saudações.
O bom jornalista educa o político e o mau jornalista estimula a corrupção. Em vossa pessoa temos um exemplo a ser seguido por aqueles que exercem a nobre missão de formar opiniões e informar com retidão. Dentre os temas sublinhados nas últimas semanas em seus comentários destaco sua corajosa posição em relação à greve do magistério. Agradeço-lhe esta posição em nome de minha neta e na pessoa dela de todas as crianças e adolescentes do Estado. Fui professor por 36 anos e galguei todos os degraus do magistério: professor primário, secundário, universitário , Secretário Municipal de Educação e diretor de Colégios públicos e particulares por mais de 25 anos. Trabalhei em cinco Estados, sendo por último em Santa Catarina. O Paraná (Estado em que me aposentei) tem um sistema educacional, que se ainda não é o ideal, está entre os melhores do país. A remuneração do professor está satisfatória, caminhando, para num futuro bem próximo ser equiparado às outras categorias de nível superior. Praticamente todos os governantes geraram um pequeno, mas dialogado avanço. Excetue-se , se bem me lembro, somente o Governador Álvaro Dias que agrediu os professores , em greve, com a polícia militar montada e cães. Agora naquele Estado não há necessidade de um salto gigantesco como em Santa Catarina, salto a que os professores tem direito e o governo diz não ter condições de dar. Os professores devem continuar esta greve para colocar fim na prolongada era de exploração pelo Estado. O Estado quer garfar os míseros direitos adquiridos em anos de lutas. Porque não avança sobre os direitos adquiridos dos magnatas sanguessugas da ALESC e de outras estatais? Este pessoal está rico e tem dinheiro para brigar na justiça. O professor é pobre e nem tem dinheiro para contratar um bom advogado. Ou porque não promove uma rigorosa auditoria para identificar os ralos do dinheiro mal gasto? Um exemplo de palhaçada são as tais arenas de multiuso (traduzindo :alimentação de redutos eleitorais) Há cidades onde estão sendo ou serão construídas, que precisam trazer mais de 20 ônibus de gente de cidades vizinhas para encher o dito lugar para a inauguração (isto de comparecerem todos os munícipes)…
Outro fator que diferencia o nível de ensino do Paraná com o nosso é a separação de cargos/filiações partidárias. Os diretores das escolas são eleitos. O Secretário da Educação sempre foi um educador(a) renomado(a) e o quesito fundamental é competência. O que ocorreu nos últimos anos em nosso Estado é um absurdo: as escolas estão sem professores e o ensino sucateado. Na ideia do Secretário o principal do ensino era um prédio bem pintado. Não temos mais professores de matemática, de física , de biologia…Os alunos de 8ªsérie tem nível de terceiro anos primário do ano de 1980.Desta forma não sei como poderemos formar a geração que vem. E a disciplina ? Nem é bom falar. Quando passamos a 100 metros das Escolas se ouve a gritaria…
Bem, acho que estou chato em tomar seu tempo, mas faço um apelo: continue na luta, prestigiando o magistério. A recompensa virá, não dos professores, mas dos milhares de alunos que terão mais perspectivas por terem melhores professores. Um abraço. Aloisio Antoni – Videira/SC”

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