Professores na câmara de Alfredo Wagner - Camila

Vou iniciar com alguns breves e necessários esclarecimentos, sobre questões relacionadas a Greve do Magistério.

1º - lembrar que a greve é um movimento justo e constitucionalmente assegurado a todos os trabalhadores públicos e privados, amparado na Constituição Federal.

2º - A seis anos não é realizado concurso público para o preenchimento das vagas existentes na educação;

3º - Nosso vale alimentação é de R$ 132,00, abrindo uma ressalva, em fim de semana, feriados, férias ou até mesmo em licenças a tratamento de saúde não o recebemos. Num cálculo bem breve podemos verificar que ganhamos R$ 6,00 ao dia trabalhado;

4º - Nossa luta não é apenas para a aplicação do piso salarial. A muito tempo as escolas não são mais mantidas integralmente pelo governo, se nossa escola tem boas condições de funcionamento, isso se deve ao esforço de professores, alunos , pais e direção, com promoções, rifas, festas, gincanas, visando dinheiro para a manutenção da escola.

5º - Nas últimas semanas utilizando a mídia, o governo de SC disse repetidas vezes que não tinha dinheiro para bancar o aumento salarial pedido pelos professores em greve. A verdade é que há dinheiro em caixa. Várias foram as formas de tentar enfraquecer a greve, usando os pais fazendo com que os mesmos cobrassem dos professores a volta as aulas, e nos culpando por estarmos lutando por um direito nosso garantido em lei.

6º - Fundeb. Significa: O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, ele atende toda a educação básica, desde da creche até o ensino médio.

O Fundeb tem como principal objetivo promover a redistribuição dos recursos vinculados à educação.
Em Santa Catarina:  São atendidos pelo FUNDEB hoje, 40,2 milhões de alunos. Os recursos do fundo são utilizados também para pagar o salário dos professores e para melhorar sua formação.

A verba do Fundeb, repassada pelo governo federal, deve ser destinada somente à educação: 60% para os salários dos professores e 40% para manutenção das escolas públicas.

A Secretaria da Fazenda informou à Assembléia Legislativa que no período de 2003 a 2010 o governo aplicou a fabulosa quantia de mais de R$ 2,7 bilhões de reais do Fundo para pagamento dos professores aposentados, o que fere a lei. O Tribunal de Contas do Estado determinou, então, que o governo reduzisse esta transferência até zerá-la. Com isto, todo o dinheiro do Fundeb seria reservado para os salários dos professores e melhoria das escolas.
Os dirigentes do Sinte souberam que parte dos recursos do Fundeb tem outro destino. Vai para a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, poderes que não tem responsabilidade direta pela educação fundamental e média.

Quanto a Desistir???

Já vejo rostos cansados, abatidos, pessoas estressadas, ao seu limite, essa é a nossa realidade neste momento, parece que todo o gás que tínhamos, foi embora, mas venho aqui hoje implorar para que, aquele entusiasmos volte, pois somos guerreiros, e já resistimos a uma batalha que já se estende a um mês. Sou professora de uma escola que recebeu o titulo de escola referencia, magnífico não?? Mas em nenhum momento fui parada por alguém para ser parabenizada, mas agora que luto por meus direitos sou criticada, julgada, ofendida. Já fizemos grandes espetáculos, gincanas, festas juninas, desfiles de 7 de setembro. Nossos alunos já tiveram grandes conquistas, mas isso tudo é esquecido com uma grande rapidez. Lembrem-se que estamos apenas lutando por algo que é nosso de direito, por lei!!. Estamos lidando com um governo, que tenta MANIPULAR A OPINIÃO DA COMUNIDADE CONTRA NÓS! Afirmando com todo poder que esta cumprindo a lei do piso, e quem não tenta se informar pelo menos um pouco cai na conversa.

NÃO PODEMOS RECUAR AGORA, se desistirmos agora, como vamos olhar para nossos alunos, aqueles mesmos a quem ensinamos a serem críticos, honestos cumpridores das leis. Admitirmos que nada conseguimos, mesmo com a “lei” a nosso favor. Quanto aos pais, devem sim exigir a volta as aulas, mas não aos professores, mas sim a aqueles que não estão cumprindo a lei, junte-se a nós estamos do mesmo lado, em busca da melhoria da educação.